sábado, 6 de fevereiro de 2010

Travessia Superagui-Ilha do Cardoso Parte 2


Comecei empolgado, já tinha planejado parar quando o sol apertasse, tinham me dito na vila que a casa da dona Rosa ficava a 12 km, passei mas não parei, tinham me dito também que o próximo morador ficava a 18 Km ou seja 6 Km à frente, pelo menos uma hora de caminhada de onde me encontrava, ja estava ficando sem água e a cargueira e o sol das 10:30 estavam me matando, derepente avistei uma casinha me aproximei e tinha uma mulher na frente, pedi uma sombra para um descanso ela me atendeu e me levou por uma trilha que levava a sua casa, onde se encontravam seu marido e suas fihas, os cumprimentei pedi àgua ele me mostrou o poço onde enchi o cantil,(água tinha um gosto que me lembrou caldo de cana)estiquei minha capa de mochila na sombra e fiquei bem de boa, segundo eles eu estava bem na metade do percurso e o morador dos 18 km é vô do Odair
eles foram muito hospitaleiros me ofereceram almoço mas eu não quis abusar, porém la pelas 15:30 quando o sol já não era tão intenso resolvi continuar a caminhada e aceitei tomar um café antes de prosseguir me despedi agradecendo muito e fui.
Improvisei minha toalha como turbante e segui, mais ou menos 40 minutos depois cheguei em um rio e vi que a maré já estava enchendo mas passei sossegado o problema seria mais na frente, pois segundo o Sr Rubens tinham muitas árvores caídas na praia e estava difícil passar sem contar os dois rios que com a maré também ficavam muito profundos.
Três horas depois de partir da casa do Odair cheguei ao fim da praia, durante 45 minutos caminhei por entre galhos e árvores caídas com o mar na altura da minha cintura em alguns momentos até mais profundo, fiquei de cara pois tinha visto fotos na net onde ainda existia uma praia mesmo com a maré alta, só que aquilo que ví era desanimador ainda mais depois de um dia inteiro de pernada, o mar esta batendo no barranco com toda força e por isso tantas galhadas na praia, depois do tempo mencionado acima cheguei ao rio e a visão era pior ainda, o rio tem uma água escura e estava revoltoso devido a maré cheia, subi o barranco pelas árvores caídas deixei minha mochila e comecei a varar mato para tentar achar um ponto onde pudesse atravessar, o problema é que o mato estava cheio das pequenas bromélias afiadas foi complicado, além das butucas e pernilongos que estavam famintos, consegui achar um ponto mais estreito, mas não dava pé, até passaria nadando mas e minha mochila pesada? voltei e fiquei pensando nas opções que tinha: Ficar sentado sendo devorado pelas butucas e esperar a maré baixar e ainda ter que atravessar o rio a noite, voltar os 45 minutos pelo meio das galhadas infernais e acampar na praia ou tentar limpar um espaço entre as bromélias espinhentas para acampar o que não era ecológicamente correto e nem muito animador tendo em vista que já estava anitecendo,
enquanto fazia a análise das opções escutei um barco passando sentido ararapira, subi em uma das árvores caídas e assobiei ele virou e veio em minha direção, perguntei se seria possível passar e ele disse que o próximo rio era mais fundo ainda
resultado acertei com ele e por R$20 ele me levou até ararapira onde peguei umas folhas de cataia e atravessamos para a ilha do Cardoso já em SP.

Como de costume comecei cedo os ultimos 18 Km de pernada até o Marujá o dia prometia ser mais tranquilo pois além de não ter rio algum para atravessar a pernada era mais curta que no dia anterior,
mas o calor não tinha nada com isso e não deu trégua (ouvi uma moradora dizendo que tinha dado 46° C durante o dia)caminhei até próximo ao costão então fiquei na dúvida de onde seria a entrada pra vila a única parte ruim de se caminhar em praias desertas é que não tem ninguém para te dar informação, escolhi uma das entradas e fui com fé, saí dentro do terreno de uma moradora, pedi água e perguntei onde ficava a entrada pro Marujá ela disse é aqui mesmo a trilha passa ali atrás e o "centrinho" fica a 1,5 km a frente.





Quando cheguei lá, fui direto falar com a Valdete uma senhora muito simpática dona do Restaurante Ilha do Cardoso (13-3852-1161) que me atendeu super bem, mesmo sabendo que eu não tinha verba, ou seja, em algum ponto dos meus calcúlos errei e cheguei sem dinheiro no Marujá, fiquei no camping e ajudei no que pude enquanto ela via seus contatos pra me descolar uma carona para Cananéia, ficou acertado que eu voltaria com o Sr Elias que faz entragas para ela de gelo e bebidas, troquei com ela o rango que tinha por uma refeição de verdade, mas o Sr Elias não voltou no mesmo dia e tive que passar mais uma noite no Marujá, no outro dia acordei cedo desmontei acompamento e fiquei no aguardo sem dinheiro sem comida, até que a dona Valdete me agilizou um café, derepente chegou um barqueiro trazendo turistas para a pousada que fica ao lado do restaurante Dona Valdete disse que o conhecia e agilizou uma "carona" por R$20 já que a travessia comercial custa R$50 e ainda deixou para receber em Cananéia depois que eu saquei a verba,só posso agradecer a todas essas pessoas que me ajudaram na hora que precisei, ao Odair ao Ricardo o barqueiro e principalmente a Dona Valdete que agora considero minha madrinha da ilha do Cardoso!!

Um comentário:

  1. CAraca Rodrigo q aventura, bom agora ja sei para quem vou pedir informação para essa travessia rsrsr.

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